Cobra Coral entra em residência é termina capturada por bombeiros de Alta Floresta
Na noite de sexta-feira (25), a Central de Registros de Ocorrências da 7ª Companhia Independente Bombeiro Militar, recebeu ligação de uma moradora do bairro Jardim Guaraná I, Rua NWH, município de Alta Floresta, informando que havia uma cobra coral verdadeira na sala da sua casa, solicitando que o Corpo de Bombeiros fizesse a retirada da serpente.
Um militar foi despachado para o local e ao chegar, a moradora mostrou que o animal estava no piso da sala de sua casa, tratando-se realmente de uma cobra coral verdadeira, da espécie Micrurus surinamensis, com um tamanho aproximado de 60 centímetros.
A serpente foi capturada pelo militar com relativa facilidade, considerando que é um animal que não tem o comportamento de dar bote como outras serpentes peçonhentas brasileiras, foi colocada num recipiente de ofídios e levada para a Companhia de Bombeiros.
Por conta da parceria firmada pela 7ª CIBM com o Departamento de Ciências Biológicas do campus da Unemat de Alta Floresta, em razão do projeto “Quem tem medo de serpentes – Construindo caminhos possíveis para a conservação da biodiversidade”, o animal será repassado a esta instituição de ensino para catalogação e posteriormente será solto em ambiente de floresta afastado da área urbana e adequado à sua sobrevivência.
Recentemente, o Corpo de Bombeiros, por meio da sua unidade na cidade de Alta Floresta, foi acionado para fazer a captura de uma cobra coral da mesma espécie da descrita neste caso, fato este ocorrido na noite do dia 09/03/2023, na Rua B-D, em que uma Micrurus surinamensis estava na calçada de um estabelecimento comercial.
Orientações à moradora
Como foi observado que o quintal da solicitante do atendimento, na parte lateral da casa e dos fundos, tinha grama bem alta, com um pouco de mato, juntamente com algumas sobras de materiais de construção empilhados, foi orientada sobre a importância de manter o quintal limpo para ao menos facilitar a visualização destes animais quando aparecerem.
A própria moradora, por sua iniciativa, colocou vedação de pano na parte inferior das portas de vidro, sendo esta uma medida também importante, considerando que a espécie de coral capturada, por ser pequena, pode adentrar numa casa por uma pequena fresta da parte inferior de uma porta.
A moradora ao constatar a presença da serpente, fechou as portas e aguardou do lado de fora, enviando uma foto da coral a um professor especialista da Unemat, que informou tratar-se de uma coral verdadeira, ou seja, que possui peçonha.
Deste modo, ao ligar para o Corpo de Bombeiros, a moradora já informou que era uma cobra coral verdadeira.
Cobra coral Micrurus surinamensis
É uma das serpentes brasileiras do gênero Micrurus (corais verdadeiras), encontrada em regiões do bioma amazônico, podendo, entretanto, ser encontrada no Cerrado.
Uma das características que mais a difere das outras corais é o fato de este animal ser semi-aquático, passando parte do dia em ambientes aquáticos, ao contrário de suas “primas” que tem hábito primordialmente fossorial.
Dados do Ministério da Sáude acerca de acidentes ofídicos
Classificar as cobras ou serpentes mais venenosas do Brasil é um assunto complexo e demanda uma série de conhecimentos específicos.
O nome dado aos acidentes envolvendo serpentes chama-se ofidismo, daí vem o termo “acidentes ofídicos” e geralmente, ocorrem quando a pessoa não vê a serpente e involuntariamente pisa ou toca nela. As cobras não fazem emboscadas para os seres humanos nem correm atrás deles para picá-los, estas são apenas crenças antigas e sem fundamento científico.
“No Brasil, as jararacas são responsáveis por 70% dos acidentes; as cascavéis, cerca de 9%; as surucucus 1,5%; e as corais verdadeiras com menos de 1% dos registros. Grande parte desses acidentes incidem em grupos de maior risco, como trabalhadores rurais e populações indígenas.
O uso de equipamentos de proteção individual para trabalhadores do campo e florestas é fundamental para evitar esse tipo de acidente. Isso ajuda a prevenir casos de acidentes ofídicos e garante maior proteção a pessoa exposta.